BOAS VINDAS

"A física é para a vida" (Leonard Mlodnow)

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Escolha pela carreira docente





Há algum tempo fiz o primeiro escrito sobre escolha da profissão. Naquele alfarrábio, versando sobre três dos cursos mais procurados, meu amigo Carlos Henrique disse que eu tinha pesado a mão e pecado em alguns pontos. - Que bom! Desta vez pretendo carregar mais ainda a mão. E se eu fui preconceituoso e infeliz naquele artigo sobre os problemas das profissões, aqui eu darei a minha mão à palmatória para que ela saia em carne viva.

Escrevo este artigo nas adjacências da realização do enem 2013/14. Todas as escolhas por curso são possíveis mas há aqueles que querem ingressar na carreira superior para o exercício do magistério, ou ainda, alunos que querem se tornar professores. Para estes, seguem palavras nenhum pouco doces. Tampouco quero falar do óbvio.

Para quem escolhe a profissão de Professor, em especial do ensino básico (fundamental + médio) e fica em dúvida sobre qual disciplina escolher para seguir (assim como eu fiquei), seguem três sugestões:

Alunos ingressantes, alguma das cadeiras acadêmicas (português, educação física, geografia...) lecionadas nas escolas te desperta para horas de leitura e imersão aprofundada? Qual delas? - A importância de se pensar nesse assunto remete ao fato de que cada disciplina na universidade te solicitará, em média, 300 a 600 páginas de leitura em um semestre. Multiplique esse número pelo número de disciplinas ao longo do seu curso superior. Soma-se a isso a seriedade e a importância de mostrar, em momentos cruciais, que professor também estuda, ao contrário do que pensa a sociedade e o senso comum.

A informática te assusta? Então repense o caso. O mercado educacional passa pela oferta de aulas on-line (facilmente encontradas no youtube). Além disso, o desenvolvimento de materiais, a formação de opinião e a divulgação científica, social, política e cultural estão mais dinâmicas. Hoje é muito mais fácil oferecer duas, três ou mais visões sobre o mesmo assunto dada a quantidade de escritores on-line e muitos deles são docentes. O professor, em sala de aula, pode ser solicitado a conciliar, relativizar ou organizar o pensamento a respeito do assunto quando este se tornar polêmico.

Uma última e pequena necessidade ainda tímida e pouco valorizada pela classe docente: Leis. Professor também deve saber leis. Professor, em esmagadora maioria, não sabe o que diz o estatuto da criança e do adolescente, que é a matéria-prima do seu trabalho. Professor resolve uma boa quantidade de coisas na base do "eu acho", fortalecendo a desunião dos regentes de classe, quando algumas decisões não estão abertas porque estão previstas, por exemplo, na Lei 9394/96 ou ainda a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O que nos une é mais importante que aquilo que nos leva à divergência. Isso porque não mencionei as súmulas do MEC e a lei 11.738/08. Deixo o assunto em aberto para provocar e discutir-se.

Um último dever de casa para aquele docente que passar o olho por aqui:  repare essa última legenda numérica e se não souber do que se trata, vá ao google. Abraços.

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