BOAS VINDAS

"A física é para a vida" (Leonard Mlodnow)

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Leis

Nem só de português, matemática e ciências vive a escola. Pobre da escola que pensa assim. Pobre daqueles que não exploram a total capacidade de suas mentes. Pobre daqueles que não olham para o conhecimento mais humano.



Quando eu ia para a escola, tinha um caderno, lápis e borracha (e só). Hoje, pessoas que participaram do mesmo momento que eu, ajudaram a criar o fenômeno da escola virtual que é inegável. Ela está no youtube e em vários outros lugares da internet e por lá pode se aprender de tudo.

Assim sendo, matemática, física, geografia, biologia, inglês, francês, italiano, alemão (sim, todos os idiomas de graça e fácil de aprender), artes, história e outros estão esperando pelo seu cérebro. Lembre-se que recentemente reincluíram a sociologia, a filosofia e componentes extra disciplinares. A música é um dos novos componentes que, muito lentamente, chega para transformar o espaço escolar e, portanto, também será explorado na internet.

 



Tudo listado, vamos ao que interessa neste texto. Não há uma matéria escolar até o final do ensino médio que não demande LEIS. Leis de Mendel, Leis de Newton, Leis de Lavoisier. Podemos chamar algumas dessas leis de "regras" ou  "princípios",  bem como os princípios humanos e sociais. Leis são tão importante quanto o estudar em si e o se divertir que até para paquerar, beber com os amigos e se relacionar amorosa e sexualmente existem regras.



(Mais) Uma teoria: Por que então, dado tudo o que foi posto, não exploramos um pouco a capacidade que a nossa mente tem para ler, gostar e absorver as leis e tudo o que vem delas? Por que a escola não nos doutrina, treina e (por que não) nos introduz no universo dos nossos direitos legais? Alguém aqui (além de mim e de concurseiros) toma conhecimento das leis? Alguém aqui sabe o mínimo?

Vou fazer algumas perguntas:

Qual a lei mais forte, diretriz e a mais importante do nosso país?

O que são garantias e o que são direitos?

O que é uma pessoa?

Quais as situações em que uma pessoa tem o direito de chamar a polícia para ver seus direitos respeitados? E em quais desses momentos ela deve pagar por isso?

Minha briga contra o universo da escrita mais difícil de todas (e para mim o estudo da lei é o estudo da escrita mais difícil) começou em 2010, quando comecei a prestar concursos porque chegava a hora de sair da universidade e me tornar um vagabundo a menos na sociedade. Não tardou para eu perceber a importância de algo que eu deveria ter recebido ainda nos bancos fundamentais, quando ainda era criança. Ali (em meio a leis) se conta um pouco do que acontece com uma parte do dinheiro que usamos pra comprar uma coca cola; por que tem tanta gente querendo virar político; quais os motivos e dificuldades de se operar uma carreira de sucesso quando se é um profissional livre (como um filósofo, cantor, ator ou psicólogo) e não se toma uma carreira entre as mais diligentes e coniventes com o poder estatal (como policiais, advogados e juízes), entre outras coisas.



Com as leis nas escolas, os alunos saberiam pra que serve o ensino da lógica (na filosofia) que não os deixaria serem facilmente enganados pela mídia mais assistida de todas; veriam mais pra que serve uma oração subordinada ou coordenada em um período composto (em português); onde e quando poderiam adquirir computadores e acesso a aprendizado de boa qualidade com mais facilidade; como realizar seus sonhos e fazer valer uma vida que vale a pena.

Ainda que eu quisesse fazer um tratado poético, chato e interminável sobre como o conhecimento das leis nos colocam em posição de destaque, eu não posso concluir esse texto antes de dizer duas coisas: 1) querem entender leis? Ótimo! As mentes aguçadas vão descobrir com facilidade e com algum aprendizado virtual que estamos alheios à política por falta desse conhecimento. 2) Respondendo a uma das perguntas feitas acima: O documento legal mais importante para qualquer pais é a sua constituição: leiam os primeiros artigos e verão toda a necessidade daquilo que seus mestres tentaram lhes ensinar.



O cérebro nasceu pedindo para ser adestrado e só não será se seus respectivos donos não o fizerem. Depois não reclamem.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

A mídia

Esse texto receberá informações não verídicas acerca de nomes e outros elementos que não comprometem o objetivo do texto.

Há uns dias uma reportagem da TV aberta "Grande Irmã" mostrou no programa "Incrível" das noites de domingo, uma professora que percebeu que um dos shows da Maria Bethânia fazia menção à questões históricas e culturais tais como a escravidão e a marginalização nas cidades. Daí, esta professora implementou as canções de valor estético e histórico nas suas aulas, pediu que seus alunos produzissem materiais e cativou esses jovens com as belas canções por ela interpretadas.

Os alunos, por sua vez, iniciaram um processo de postagem de seus trabalhos na internet, via e-mails da cantora e em redes sociais. Ao que parece, isso fez a própria intérprete entrar em contato com a professora pró-ativa para transformar seu projeto educativo em um ato notório com apresentações, formalidades e muita alegria na escola onde trabalha a professora supra citada. Um capítulo poético da educação contemporânea, se não fosse por alguns detalhes que não são percebidos com facilidade pelo grande público que assiste à tv brasileira.

A sociedade no estado do Rio de Janeiro, e em especial a classe docente, está em dissidência com as autoridades da administração pública por causa da falta de salários condizentes, planos de carreira e estrutura do espaço escolar. O povo reagirá a estes protestos políticos aderindo às manifestações e às palavras de ordem da classe grevista ou acatará as demonstrações de que a educação não é lá tão ruim como parece e mostra a imprensa televisiva. E aí, nesse momento conveniente, chega uma professora sonhadora, dotada de um discurso crível e recebe a visita e os louros de Maria Betânia. A docente entrou no êxtase apoteótico de ser uma miguxa virtual de um expoente da MPB e, no meio de sua "jornada contra a precariedade do ensino público" mencionado pela TV-Grande-Irmã, disse: "Estou cansada deste samba de uma nota só de que a escola está ruim e que eu não vou fazer o meu trabalho porque não tenho estrutura, não tenho isso, não tenho aquilo".



A TVGI, A Profa Miguxa e Maria Betânia não me convenceram. No momento em que essa fala foi feita pela reportagem do "Incrível", algum alarme me disse: "Blog!!!!!" afinal falar bem rápido uma frase, ou colocar essa frase na boca de uma representante do povo, leva um expectador a aceitar essa frase com facilidade. Essa representante pode ser uma professora miguxa da Maria Bethânia Veloso. As duas, juntas, formaram um par perfeito para simbolizar o bastião da moral (e para guiar esses professores imundos e que fazem greve, que prejudicam o estudo dos alunos e que atentam contra o governo do Rio de Janeiro). 

No fundo, eu não culpo nenhuma das duas por tudo o que ocorre. Se eu conseguisse fazer um projeto e Maria Bethânia viesse ao Espírito Santo só para vê-lo, eu estaria nesse exato momento ligado por alguns mil volts, imerso num mar de possibilidades e nem dormiria. A professora vislumbrou uma aula bem feita e foi muito bem sucedida. Está de parabéns. Talvez ela só não perceba o contraste entre sua fala e as da classe docente militante que a representa. Tal contraste foi editado pela TVGI nesta reportagem para não ser percebido. Não vou criar tanta tempestade em um só copo d'água. Só um post aqui no meu blog para fazer este alerta está bom.

Não posso me esquecer dos meus alunos que falam "eu vou continuar a assistir a TVGI porque é legal": Assistam sim e me contem. Não me faz falta portanto eu não assisto e não apóio. Eu nem mesmo colocarei links dessa reportagem para não dar estatística para a rede império de televisão que tem sites na internet. Quem quiser, use as palavras chaves dessa reportagem no youtube. O site retornará o primeiro link, logo de cara.

O estudante que ler isso, volte às aulas de história e reflita comigo. Talvez a profa miguxa também saiba fazer essa reflexão que quero propôr: Vejam o filme "O Gladiador" e percebam como "todo império ou pedaço bem sucedido de um império teve posição central na sociedade, de modo a convencer esta mesma sociedade como é bom pensar do modo uniforme". Por exemplo: Pensar que não há nada tão grave e que o importante mesmo é escutar Maria Bethânia, ver novela, assistir ao campeonato brasileirão e não prestar atenção a essas passeatas. O importante é ver a seleção brasileira rumo a copa de 2014 e torcer por ela.

Uma imagem:

sábado, 23 de novembro de 2013

Ciências

Renato Russo diz que "não saca nada de física, literatura, gramática... e que odeia química."

Odeio Química

Meire Pavão há anos disse que não sabe o que faz do latim. Dizia ela ainda: "Se a aritmética serve pra somar, se a gramática serve pra falar e a ginástica serve pra pular; ao professor vou perguntar o que eu faço do latim?"

O que faço do latim ?

A escola está tomada pelo "pra quê". As ciências que demandam cálculos a qualquer hora e por qualquer motivo então são alvejadas pelo "vírus do pra-quê". A física com seu MRU, MRUV, MHS, MCU, etc; a química com as reações e as regra de três que nunca acabam; a genética com suas demandas iniciais por estatística e probabilidade; a geografia com seus fusos horários; são campeãs do chamado "fracasso escolar".

Eu tenho uma teoria (mais uma) e desta vez sobre a tecnologia nos ambientes profissionais: hospitais recebem câmaras hiperbáricas, leitores de ondas cerebrais e operadores de ressonância magnética; escritórios recebem computadores mais eficientes; jornais melhoram seus aparatos fotográficos e digitais; até a polícia tem investimento em tecnologia criminal e forense. Por que as escolas, em especial as públicas, não recebem uma onda de acolhida da ciência e da tecnologia?



A resposta eu já sei e você, que pacientemente lê esta chatice também já sabe. O ponto que quero explorar aqui é outro: falamos em evasão estudantil na rede pública mas cadê a ciência e a tecnologia? Elas também evadiram das escolas? Onde elas foram parar?

Antes que as respostas venham clamando por investimentos (e por punição para aqueles que desviam verbas públicas por um crime tão hediondo), trago algumas soluções que chamarei de "tecnologias novas": Aprendi, com artistas, filósofos, poetas, cineastas, provadores de vinho e, eventualmente, com alguns professores de física,  a colocar o "dedo na ferida" e procurar por alguma coisa viva dentro dos estudantes que possa inflamar o espírito científico.

Explico-me: Rubem Alves contou em um de seus livros que a teoria dos germes serviu para instruir a classe médica antes que os germes fossem descobertos. Sendo assim, o simples desconfiar fez com que médicos lavassem as mãos, usassem luvas e trocassem as ataduras com mais celeridade e presteza. Não demorou e o número de pacientes mortos diminuiu. Adoro contar essa história dentro das salas de aula e ver, na maioria delas, braços se levantarem fazendo perguntas sobre as ciências.

O filme "De volta para o futuro - parte 2" mostra um menino que, por capricho, compra uma revista de apostas no futuro e volta ao passado para ganhar essas apostas. Quando este caderno passa de mão em mão, o passado começa a se alterar e, com ele, o futuro, e de maneira brusca, como num passe de mágica. Ao introduzir o filme em sala de aula, penso com os alunos se isso poderia acontecer dessa maneira ou se "o futuro deveria mudar de forma mais branda e processual". Não demora muito e algum feliz ouvinte das minhas aulas lisérgicas levanta a mão e pergunta: "Mas pssôr!!!!.... então o que é o tempo?"



Minha felicidade vem com o erguer a dúvida e não com a resposta, muito menos com a resposta certa. A dúvida é a coisa mais buscada pela pesquisa científica em ambientes universitários. Ela deveria ser idolatrada. Ela pode chamar o aluno de volta para as ciências. As tecnologias baratas provocam esse "chamar" com algum conforto. Não são necessários computadores de última geração para chegar ao limiar da física em sala de aula. O exemplo do filme que dou ilustra um ponto: até hoje nenhum físico sabe "o que é o tempo" e mesmo assim é possível discutir o assunto com alguma propriedade no ensino médio.

Fica o assunto aqui para provocar e não para ser encerrado. Bom pensarmos que as feridas educacionais estão abertas e que não precisamos de microscópios para descobrir que elas existem. Dentre nós, professores, alguns querem a cura, outros querem expô-las mais. Não sei se faço, através deste canal, algo bom mas gostaria de limpar os germes sem mesmo saber tanto sobre eles como deveria.

Um pensamento: Lápis e cadernos também são uma forma de tecnologia. Depois de Guttemberg, livros também o são.


Algo mais sobre ciências que escuto e que me ajudou a escrever este monocórdio:  http://www.universitariafm.ufes.br/programas/nas-ondas-da-filosofia

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Transtorno e Déficit de Atenção

O transtorno ou déficit de atenção é um tema polêmico e muito presente nos ambientes familiares e escolares. E, já que assim o é, venho provocar sem dar pontos finais ao assunto.

Leio ainda muito pouco sobre ele mas o que sei pela minha experiência como professor particular é que ele, caso exista, NÃO TORNA NINGUÉM MENOS CAPAZ DO QUE O OUTRO.

Se, por um lado, a internet, os jogos de computador, os celulares modernos e as facilidades produzem um estudante menos disciplinado e menos focado; por outro, não temos coragem de aceitar novos modelos e paradigmas familiares, bem como novas e tradicionais teorias de aprendizagem coexistindo (e que talvez fossem aceitos mais antigamente, onde a mídia era tão influente porém de alcance não tão grande ou instantâneo como se tem hoje.)

As crianças com o déficit de atenção seguem padrões de comportamento e conduta. Por exemplo: pouco tempo médio dedicado à leitura e às atividades de raciocínio, excesso de pancadas ou choques quando passa por regiões estreitas e/ou excesso de quinas, mudança de temperamento brusca, entre outros. O problema é que criança mal-educada também tem os mesmos sintomas. Até lá o que é melhor? Hipercuidados com o medo da segregação por causa de um mal (que muitos acham ser congênito e que não é) para criar a tirania em um menino que crescerá pronto para formar uma sociedade bruta, preconceituosa e vil?

Marcos Felicianos, Bolsonarozinhos, pequenos Blairo Maggis e Calheirinhos estão sendo formados nesse exato momento por um medo disfarçado de omissão, ou talvez misturado com ela, vindo de seus pais. Crianças com TDAH tem a melhor desculpa atualmente para ir das faltas e notas baixas ao bullying, inclusive contra outras crianças TDAH´s; esforçadas e bem orientadas por pedagogos.

Esse assunto não se esgota aqui e voltará muitas vezes. O que me toma sobre ele, o que me faz debruçar sobre este assunto é a minha experiência cotidiana vendo, sob as residências dos meus alunos particulares e sob a confiança de ser recebido em seus lares, que muitos tem nuances desse transtorno bem orientados pela presença paterna ao ponto de reverter esse quadro e alcançar até 2 (duas) horas seguidas de estudos, ponderados com o perfil do estudante.

Exercício de reflexão para terminar mais uma das minhas escritas cansativas: Se o menino tem déficit de atenção na hora dos exercícios de geografia ou matemática, como ele consegue ficar 4 horas ininterruptas (ou mais) jogando computador?

Obrigado pela paciência

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Cidadania.

Quis o destino que eu fosse um desafortunado nos encontros que acontecessem durante algumas andanças. Em especial dentro do ônibus. Narrando alguns exemplares para um amigo, ele me disse que eu sou o único que não vê mas a minha testa veio com um plus: aquela mira pra se acertar uma flecha, ou qualquer outra coisa muito ruim, que a Hanna Barbera usa em seus desenhos.  Algo assim:



Diz ele que eu atraio essas coisas e eu já me queixei muito disso. Demais. Uma vez um ambulante, sujo e maltrapilho, pulou a roleta do ônibus, dirigiu-se lentamente e rodopiante (sim, meu povo, ele bailava e rodopiava) para o fundo do coletivo e sentou-se do meu lado com tantas cadeiras completamente vazias. Depois tratou de me alertar sobre a minha salvação, preocupado com o fato de que eu ainda não tinha me arrependido dos meus pecados. Mal sabe ele que em alguns casos eu ainda reincidirei sem crises de consciência.

A palavra do Senhor me persegue pelas bocas dos transeuntes. Uma vez, um senhor esguio, trajando paletó característico, usou de voz alta para fazer o mesmo alerta para uma moça que estava sentada no mesmo banco do ônibus onde eu estava. Ela, na janela; eu, no corredor. Acrescenta ao episódio o fato de que esse banco era elevado porque estava sobre a roda e meu ouvido, assim, ficava defronte à boca do crente de pé que insistia nas reproduções de trechos da bíblia em voz alta e em tom monocórdio. O discurso parou quando ele mencionou algo sobre "crescei e diversificai", pedindo à moça o telefone dela. O ônibus estava lotado. Nem chance de sair do meio da paquera neopentecostal eu tive.

Se eu me alongar nos exemplos, esse post ficaria gigantesco. Tem de tudo no meu currículo coletivo urbano: uma senhora que balbuciava "Bridge over trouble water" do Simon e Garfunkel sem coerência e com teor etílico, funkeiros com sons altos (e nisso eu não sou exclusividade nenhuma), alertas de pessoas que sabem que "o terror está chegando" e que "vão botar o terror em tudo", etc (muitas etc´s).

Esse é o uso do bom senso que deveria ser obrigação de todos mas não é. O que fazer? Criar uma "Lei do Bom Senso"? Já não basta uma lei pra garantir que todos somos iguais, dizendo o óbvio e, mesmo assim, essa lei não ter efetividade alguma. Para esses casos, uma dose de cidadania vai bem. 

Não estou defendendo ninguém no entanto todos temos direitos. Não vou conduzir esse texto a uma conclusão mas apenas provocar. Certas pessoas deveriam ser proibidas de pegar o ônibus, ou de ligar o funk, ou de pular a roleta com esse preço de passagem e essa qualidade porca de mobilidade urbana?
Fica a pergunta. Insisto nela. Não na resposta.

Andarilhos fedentinos (como foi o caso de hoje de manhã), passantes com síndromes e deficiências que só provocam olhares-de-lado, pula-roletas, todos esses convidam nossa reflexão à algo muito maior: a aceitação pelas diferenças. As novelas e polêmicas em redes sociais da internet brigam pelos direitos dos negros, a criminalização da exposição da sexualidade da mulher e dos homossexuais, reduzidas a algo inferior; mas ombro-a-ombro com tudo isso está o dia-a-dia. O discurso é bonito e ele fica até mais "limpo" se ficar na teoria. Há analfabetos da cidadania que falam que "limpar" é o verbo; e que, se possível e rápido, é o que a prefeitura da capital do Espírito Santo poderia fazer. E depois? Quem mais vamos esconder?

Eu sou do partido que deveríamos encarar tudo com um pouco mais de frescobol e um pouco menos de tênis. Aprendi com Rubem Alves que deveria ser um jogador de frescobol na vida. Qual a diferença?

 Não gosto de escutar funk alto e também gostaria de uma viagem mais tranquila pelo preço que pago. Mas fazer o que? Fico pensando em qual outro momento aquele menino com celular sem fone poderá fazer valer a sua voz. Em tempo: Não é a dele que sai do celular que se escuta dentro do ônibus.

Mais:




segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Uma teoria

Estou tentando fazer um blog isento no que tange questões políticas e não vai ser fácil. Se eu não conseguir, ainda tentarei ser apartidário (ou fingirei que sou).

A questão sobre a qual gostaria de falar é sobre a necessidade de educação filosófica e política. Ainda que qualquer leitor escolha seguir o pensamento político favorecendo um partido A ou B em sua conduta, é imprescindível a necessidade de se posicionar frente à leituras e questões pertinentes sobre a a maneira com a qual são usados o dinheiro público, os patrimônios, os direitos fundamentais e as leis nesse país.

Eu, assim como muitos, estou muito preocupado com essas questões e elas apareceram na minha vida por causa de dinheiro.

Me explico: ao me formar, comecei a estudar para concurso público: uma das poucas e aparentes seguranças trabalhistas que estão (re)postas desde o início do século 21 (sem querer fazer referência a nenhuma forma de fazer política pertencente a nenhum partido político). Por consequência me somei a alguns milhões de brasileiros que também desejam o mesmo.

Ao buscar, nos editais de concursos, os assuntos mais pedidos para que um candidato seja bem sucedido em provas teórico-objetivas, me deparei com duas frentes da área do direito: o direito constitucional e o direito administrativo. E aí vem a minha teoria: milhões de cidadãos precisando de dinheiro e, por isso, adquirindo formação política, legislativa e doutrinária, se manifestam em facebook, twitter, vídeos com palavras de ordem em youtube e comentando nos espaços das mesmas redes sociais. O conhecimento sobre penas, ordenamento jurídico, reforma política e outros tantos temas correlatos estão na boca do povo, gradualmente por um único motivo: $ grana $.

Buscando dados para reforçar meu ponto, corri para sites especializados no assunto. Descobri que concursos como os do banco do brasil ou de agências reguladoras somam até 10 milhões de candidatos. Soube também que os cursos preparatórios provém salas contendo até 300 alunos em grandes capitais. Muita gente percebendo o mecanismo pelo qual o dinheiro é repassado para grandes empreiteiras através de contratos e licitações; muita gente que agora sabe quais são os princípios jurídicos e filosóficos que norteiam as garantias constitucionais e; por tabela, muita gente percebendo como o jogo das eleições tornou a sucessão burguesa/empresarial, uma dinastia no congresso nacional através de financiamentos de campanhas.

Ainda dá tempo de entrar no jogo. Eu posso afirmar que, mesmo não acessando tão cedo um cargo público e uma carreira salarial com a estabilidade, valeu a pena não ser mais uma esponja-do-mar, desorientado e reprodutor do discurso fácil, midiático (leia-se rede globo) e comodista.

Educação política. Gravem este nome.

Fontes:
http://www.cespe.unb.br/concursos/
http://www.questoesdeconcursos.com.br/home/public

domingo, 17 de novembro de 2013

Sucesso na Profissão

Há alguns dias um aluno me perguntou: "como ganhar dinheiro rápido sem se entregar a promessas falsas dos dias de hoje?"

O objetivo do aluno era saber mais como não ser enganado por exercícios criminosos e/ou enganosos que passam por serviços que prometem rápido enriquecimento e conforto financeiro, por exemplo: telex-free e herbalife.

O assunto é longo e merece ser desdobrado em outros pensamentos. A resposta que dei foi rápida e curta: "Estudar muito e aceitar o trabalho que vem pela frente."

Naturalmente que as minhas respostas iniciais se baseiam apenas na experiência pessoal. Depois disso, se o assunto ainda insiste na minha mente, corro pro google e peço socorro. Santo Google, neo-dicionário do tudo. Neo pai dos burros que, antes, era o Aurélio.

Este é um assunto que permeneceu. Encontrei as discussões persistentes na internet. Gente que quer entrar logo em empresas de ponta com ótimos salários sem, antes, experimentar o trabalho braçal que confere expertise técnica, rapidez de raciocínio e decisão por acúmulo de situações que desafiam as limitações profissionais.

Um artigo do Brasil Profissões fala sobre a polêmica dos 8 anos para o curso de medicina que menciona a questão de dois anos extra apenas voltado a atender o SUS. As reações e opiniões são diversificadas. Este artigo em questão, assinado por Tom Coelho, mencionou algo importante - se, em todos os cursos, houvesse a mesma imposição, de forma análoga, a sensação de abandono das classes mais baixas se reduziria e aumentaria o traquejo profissional do estudante que cede aos caprichos do enriquecimento fácil. Realização profissional virá com o trabalho e dinheiro, como consequência. Já diz lição de avô passada para meu pai e, por sua vez, passada pra mim.

O estudante está convidado a fazer uma lista de 10 (pode aumentar pra 20 ou 30) itens que nos entristece na realidade social do nosso país. Depois faça mais uma com o dobro de itens que nos alegra perante essa mesma realidade. A primeira lista se completa com mais rapidez que a segunda e eu concluo: Essa vontade de ganhar dinheiro vem da vontade de não precisar de se confrontar com as misérias da  vida material e das mesquinharias, das filas de doentes que não acabam, das obrigatoriedades legais que não são questionadas pelo fazer diário, do trabalho do dia a dia, que podem auxiliar aqueles que só reclamam sem sugerir soluções e que não se opera por falta de vontade. Aquela mesma falta de vontade fácil de falar sobre Brasília e que é melhor ser assobiada quando se fala do nosso jardim.

Sai de fininho, ainda dá tempo.

Mais em: http://www.brasilprofissoes.com.br/blog-do-bp/sete-vidas/servico-civil-obrigatorio#.Uol9otIjLAg